.:Matheus com H│Blog: setembro 2022

12 setembro 2022

Semana 5


Hoje faz exatamente um mês desde que você, efetivamente, me abandonou. Parece que eu só sei falar de sentimentos e coisas assim. Eu estava bem, seguindo meus passos, me preparando para os novos horizontes. Mas, aparentemente minha barra foi mais leve que a sua, eu tive quem me ajudasse a segurar. Por outro lado, você, não. Foi bom te rever, conversar. Mas foi ruim, pois eu parei um pouco, me dei esperança. Uma grande inutilidade. Hoje acordei querendo vomitar, embora o vazio prevalece também fisicamente. Não há mais nada para sair ou por para fora. Este fim de semana refiz nossos passos de 2016, de quando fui ao Icaivera e nos falamos, depois de um dia juntos, por mensagem até altas horas da madrugada, expressando como queríamos estar juntos, mas que VOCÊ não poderia. Por esses últimos dias agora concluí que tivemos um namoro de adolescente e que por isso não deu certo. 

Acho que sim, foi um erro você me chamar para conversar e eu errei ao querer ir te encontrar. Estou estagnado em certa maneira. Sinto uma leve raiva por esse seu cansaço inexprespressável, pelas vezes que me fez acreditar que estava tudo bem quando não estava. Por coisas que você me disse e eu nunca soube. Vai ver seu amor nem era tanto assim, não era o bastante para você querer fazer dar certo. É, eu fui usado mesmo. Só pode. Obrigado, Deus, por sempre deixar muito claro que podemos ter muito, mas não tudo. Sinceramente? Que se foda, quero reatar, voltar com você. Mas as coisas que você quer me são obscuras em certa maneira, é um cavalo branco que não posso guiar. É como se fosse um lindo ser que durante o dia reluz, mas quando cai a noite, torna-se um monstro implacável. Me cabe?

Já não posso fazer nada para você, apenas por mim. No fundo do meu peito, tenho uma vontade de ficar com você, de cuidar de você, mas já não é problema meu. Preciso de cuidar de mim. Espero que se cuide também. Fique vivo, pois ainda tenho esperanças de um dia estar com você novamente.

08 setembro 2022

Vão (Volte)


Foi assim, numa sexta-feira, te vi sentado na poltrona da janela, no último assento à esquerda no ônibus. Um jovem homem, apresentável e belo.
Daí, fui olhando os detalhes, os gestos, a forma de falar e agir. Não sei como e nem porque, mas sei que em algum momento você já não era mais um desconhecido, mas alguém de quem eu queria estar perto.
E os dias foram passando e você me deu um empurrão ao longo da travessia. Conversou comigo, me aconselhou, me afagou e me quis por perto. Eu também te quis por perto.  
Que as pessoas vêm e vão, eu sei. Mas não esperava que o vão viria tão rápido. Algumas vão, e nunca virão. Neste momento, meu maior desejo é que você não seja das que nunca mais virão. 
Fica?
Nietzsche não foi você quem me apresentou, mas talvez o tenha reforçado em sua sabedoria. Um de seus ensinamentos explica sobre a Lei do Eterno Retorno. Quem me dera ela ser real e perfeitamente factível, pra que o momento em que você veio se repetisse. Esse é o eterno retorno? Só me amedronta a ideia de que se o eterno retorno é real, o momento do tchau também seja.
Bom, a verdade é que sou muito emotivo e você, muito especial. A combinação perfeita pra que eu apenas chore em pensar que amanhã não verei seu rosto, não vou te abraçar e tampouco gastar algumas horas do meu tempo em sua companhia.
Assim escrevo meus sentimentos e os entrego a você.
Que a brevidade seja duradoura, ao menos em meus pensamentos, o local não físico em que vou poder te guardar e te olhar.
Parece uma declaração de amor e talvez realmente seja. Mas não daquelas do tipo Romeu e Julieta ou Eduardo e Mônica. Uma que poucos saberão explicar e pouquíssimos saberão entender.