É como se eu estivesse numa corda bamba com milhares de quilômetros e aí vem ele e me desequilibra. Sempre pensei que fosse plenamente capaz de lidar com minha incapacidade de atravessar esta corda. Racionalmente sou, mas ele vem com tudo, pronto pra me dar um leve empurrão e me desestablizar.
Acho que o deixei se encolher de mais. Acho que o deixei tímido de mais. Ele precisa transbordar, crescer, derramar, esparramar, virar mar, vir amar. Para que assim, outros sentimentos espreitosos se diluam nele, ou ao menos vão para o mais profundo abismos e lá, não repousem, mas definhem pouco a pouco.
Não quero deixar esse sentimento que arde a alma ser desculpa para o que não deveria ser. Mas que sua breve timidez não intencional seja substituída por uma imensidão vermelha, que se confunda comigo, que me substitua. Não é porque te amei de mais, mas porque te amei de menos. Mas estou afogando todo o resto, como há de ser. Ele precisa transbordar, crescer, derramar, esparramar, virar mar, vir amar. Eu preciso te amar. Te amo.