.:Matheus com H│Blog: Vão (Volte)

08 setembro 2022

Vão (Volte)


Foi assim, numa sexta-feira, te vi sentado na poltrona da janela, no último assento à esquerda no ônibus. Um jovem homem, apresentável e belo.
Daí, fui olhando os detalhes, os gestos, a forma de falar e agir. Não sei como e nem porque, mas sei que em algum momento você já não era mais um desconhecido, mas alguém de quem eu queria estar perto.
E os dias foram passando e você me deu um empurrão ao longo da travessia. Conversou comigo, me aconselhou, me afagou e me quis por perto. Eu também te quis por perto.  
Que as pessoas vêm e vão, eu sei. Mas não esperava que o vão viria tão rápido. Algumas vão, e nunca virão. Neste momento, meu maior desejo é que você não seja das que nunca mais virão. 
Fica?
Nietzsche não foi você quem me apresentou, mas talvez o tenha reforçado em sua sabedoria. Um de seus ensinamentos explica sobre a Lei do Eterno Retorno. Quem me dera ela ser real e perfeitamente factível, pra que o momento em que você veio se repetisse. Esse é o eterno retorno? Só me amedronta a ideia de que se o eterno retorno é real, o momento do tchau também seja.
Bom, a verdade é que sou muito emotivo e você, muito especial. A combinação perfeita pra que eu apenas chore em pensar que amanhã não verei seu rosto, não vou te abraçar e tampouco gastar algumas horas do meu tempo em sua companhia.
Assim escrevo meus sentimentos e os entrego a você.
Que a brevidade seja duradoura, ao menos em meus pensamentos, o local não físico em que vou poder te guardar e te olhar.
Parece uma declaração de amor e talvez realmente seja. Mas não daquelas do tipo Romeu e Julieta ou Eduardo e Mônica. Uma que poucos saberão explicar e pouquíssimos saberão entender.

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