.:Matheus com H│Blog: maio 2016

29 maio 2016

Foto


Às vezes eu me pego desenhando algumas imagens na minha cabeça. Estou em um quarto com mais duas criança. Sim, mais duas, pois acho que estou me incluindo. Isso é um absurdo. Às vezes sou como uma criança, vai ver eu seja uma mesmo. Minha cabeça faz loops infinitos diversas vezes, como se eu estivesse em uma rampa de skate e voasse indeterminadamente para o universo, como se a gravidade acabasse. Já notei que isso acontece várias vezes, concluí que os loops são infinitos em número, mas não em duração. Minha cabeça tenta elaborar soluções para situações que parecem ser insolucionáveis. Já não sei o que eu acho de algumas coisas, se estou satisfeito ou não. Mas já estou de acordo em concordar que a vida não tem sido tão justa assim. Fui questionado dá artificialidade dos meus sentimentos, isso me fez pensar de uma forma bastante melancólica, mas todo esse peso serviu pra eu me assegurar que não tinha como isso estar somente sobre a superfície.
Era uma vez um rio, onde não havia nenhuma ponte, mas somente gritos. Gritos que se ouviam, mas não se escutavam. Isso é a maior prova de que a vida é realmente uma vadia, como eu escutei ontem em Good Days Bad Days, Rebecca Ferguson. Estou com sapatos desde hoje de manhã até agora a tarde. Não teria como meus pés parecerem congelados, mas assim eles estão. Estou decidindo se vale a pena ou não negar tudo por uma coisa aí que tenho pensado. Sou um ridículo por falar como se eu tivesse algum poder de decisão. Só não quero ter que chorar eternamente naquela praia de novo. Meu choro é bastante doloroso, pois é calado e me sufoca. Ocorre no silêncio de uma madrugada qualquer, num quarto escuro qualquer, mas sob o mesmo frio que ultimamente tenho sentido de maneira recorrente.
Estou em um carro, no assento do motorista, com a chave já girada e o pé sobre o acelerador, mas não consigo pisar, pois vejo uma imagem no retrovisor, a mesma que ando desenhando todos os dias em minha cabeça. Espero que me entenda.

18 maio 2016

Black e Blues ♫



Quando eu tinha uns doze anos eu escutava Fallin' da Alicia. Nunca soube o que era blue, na verdade sabia que era azul, mas não o sentido na música. Aí, alguns anos depois, comecei a estudar inglês e perguntei para a professora o que era blue e ela me respondeu. I keep on fallin' in and out of love with you. Eu era tão ingênuo que jamais poderia imaginar o verdadeiro sentido da palavra. Mentira. Eu sabia sim, perguntei por perguntar. Bem, eu sabia o sentido, mas não sabia como era na prática. Sometimes I love ya, sometimes you make me blue.A vida foi continuando e eu fui melhorando o inglês. Na verdade, fui ficar bom mesmo só dois anos depois. 

Meu gosto musical sempre foi assim, bastante reverso. Gostava de Jennifers (Hudson e Holliday). E gostava de cantar. Gostava de viver a música, sentir o que ela estava falando. Mesmo que Believe e And I Am Telling You I'm Not Going não fossem minha história, eu fingia que eram. Então, Sometimes I feel good, mas não a at times I feel used. Quanto rodeio! Mas está tudo explicado. Mas o que sempre foi verdade é que Loving you darling, makes me so confused.

I-I-I keep on fallin' in and out of love with you, I-I-I never loved someone the way that I love you.♫

Cresci mais um pouco e fui descobrindo as coisas como elas realmente eram. Comecei a passar por fases na minha vida que eram bastante de intensas, de amor, ódio, amizade, liderança, objetivos. Mas de fato, o que se tornou mais intenso mesmo, foram a amizade e amor. Oh, oh, I never felt this way! How do you give so much pleasure and cause me so much pain? Comecei a ter um apreço maior pelas pessoas e comecei a perceber o verdadeiro valor de uma boa amizade. Daí, as pessoas mais próximas a mim, meus amigos, tornaram-se como meus tesouros. E como um bom tesouro, a gente nunca quer perder. 

Just when I think I've taken more than would a fool, I-I start fallin' back in love with you! ♫♫♫
I-I-I keep on fallin' in and out of love with you, I-I-I never loved someone the way that I love you.♫

Finalmente cheguei até hoje. E agora sei o que realmente é estar blue, não é como se estivesse triste, mas muito confuso e aflito. Blue, blue é um sentimento de não saber o que realmente sente e isso é angustiante. Como uma aura invisível que me cerca. Sei que está lá, mas não sei o que é. Isso são sensações inexplicáveis. Sensações que parecem que foram colocadas por mim mesmo. Confusão. 

Já estou me curando. Não estou menos blue, e isso é bom. Na verdade é ótimo. E pensar que toda essa confusão só começou pois comecei a conversar sobre fall in love. Uma curiosidade que se entrelaçou com uma incerteza e aí bang!!!, estava tudo armado. Mas já estou me libertando.
Oh baby I-I-I-I'm fallin' I-I-I-I'm fallin'♫

CHORUS

Enfim, já estou bem.

What? 

15 maio 2016

Quero ser capaz de explicar





Um eu tão confuso quanto o meu, quero ser capaz de explicar. Isso tudo está uma loucura, isso tudo parece que eu causei. Não sei. Tem um sentimento bem confuso no ar, quero, do fundo da minha razão, saber o que estou sentindo. Não sei o que eu quero. Tem um amor, tem uma vontade de dizer o que sinto, tem uma vontade abraçar, tem uma vontade de tocar, tem uma vontade de ficar só observando, uma vontade de conversar, de ficar perto. Sou um tolo por ter deixado chegar a esse ponto. Não foi minha intenção. Não. Minha intenção nunca foi sofrer ou causar sofrimento. Na verdade, eu nunca tive nenhuma intenção. Fui vivendo alguns sentimentos, que deixei terem um tamanho maior do que eu ou alguém pudesse suportar. Fui vivendo da forma que sempre costumo. Deixando as coisas se intensificaram de uma tal maneira que torna-se pesado. Espero que cada palavra dessas me alivie um pouco.

Tenho a seguinte teoria: devo sofrer o suficiente pra morrer, e depois renasço, somente com as cicatrizes, já curadas. Somente marcas, que não causem nenhuma dor. Ainda estou no processo de definhamento. Espero que passe logo. Quero voltar a viver sem que haja esse turbilhão na minha cabeça. Quero poder caminhar sem pensar em mil coisas, quero poder conversar sem precisar tremer, como ser estivesse sentindo um frio extremo. Esse frio não é provocado pelo decréscimo de temperatura, é como se alguém segurasse a minha razão com mãos geladas, ela torna-se incontrolável, eu me torno incontrolável. Faço coisas que não deveria fazer. Deixo alguns feixes escaparem do meu baú, coisa que não deveria acontecer. Coisas que eu simplesmente não queria que alguém pudesse saber.

Desculpe, pois fui estritamente poético, imaturamente emocional e incontrolavelmente irracional. Fui como um animal, um cão, que não consegue se controlar ao ver quem gosta. Não me expressei com afobamentos, latidos e uma forte respiração, mas por meio de palavras, lidas e cantadas. Palavras que meus dedos escreveram, ordenadas pela minha emoção. Palavras que se tornaram tão intensas que ficaram visíveis. Visíveis não pra mim, mas para alguém. Se eu soubesse, teria apagado antes que alguém pudesse ver. Imagine um balão, um balão que, com cada suspiro meu, era cada vez mais cheio, no começo ele era bem pequeno, imperceptível. Eu estava de olhos fechados, então não notei que eu mesmo o estava enchendo, até que alguém me tocou  e perguntou o que era esse balão, foi quando percebi. Mas já era tarde, alguém já tinha visto. Que frio. Está chovendo.

Só tenho vontade de gritar, gritar até que minha garganta se rasgue, para que eu não possa cantar mais. Mas não consigo, ficar calado dói. Tento cantar sobre o arco-íris, sobre o calor ou sobre a leveza. Mas só consigo cantar sobre a escuridão, o frio e o peso. E isso torna-se cada vez mais intenso. Quero me submergir diante disso. Tentei voltar os ponteiros do relógio, às vezes o tempo volta, às vezes consigo rebobiná-lo e reescrevê-lo. Não deu. O frio está voltando de novo, minhas mãos voltam a tremer e meus pés se congelam novamente. Não quero falar mais.





12 maio 2016

Páginas do meu diário...

Estritamente poético.
Alguém que eu gosto tanto andou lendo meu diário...
Descobriu coisas que deveriam ser deixadas em segredo.
Descobriu traços que compõem a minha história.
Estou sentido um frio tão profundo e fazem dezenove graus. Não sei como reagir. Algo aconteceu e eu não sei como proceder.
Descobriu coisas bastante peculiares ao meu respeito, pois estava escrito lá, no meu diário. Pensei que fosse um diário escondido, mas alguém conseguiu ler de forma tão serena que senti-me vulnerável.
Palavras circulantes pelo zéfiro entre nós, decisões ante tomadas, deveriam ser após.
Fui orientado a deixar os pratos limpos, mas sei que após isso a cozinha não é a mesma. Vai entender... Somente eu sei, e alguém que andou lendo meu diário pode saber.
Meu diário estava bem guardado, dentro do armário a esquerda, entre os livros um e dois, prateleira inferior. A chave encontra-se guardada na minha gaveta do meio, do meio da minha razão (cansei de usar coração nas minhas coisas, embora seja a palavra que eu mais deseje usar...)